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Quanto custa estar na moda?

  • Foto do escritor: Vitória Pivetta
    Vitória Pivetta
  • 10 de jul.
  • 2 min de leitura

Ponto de vista.


Todos os dias nasce uma nova tendência na internet, seja de moda, exercício ou hobbie. O exercício da moda antes era o beach tennis, depois a corrida e agora é o pilates; o acessório da vez é o Labubu e o hobbie, o Bobbie Goods, qual vai ser a tendência de amanhã?


Entrando no mundo da moda: antigamente, antes das redes sociais, as tendências nasciam nas passarelas, passavam pelas revistas e celebridades, para depois chegar às lojas e, finalmente, aos consumidores. O tempo de circulação também era diferente — as tendências podiam durar diversas temporadas e até anos. As peças de roupa eram feitas para durar; a qualidade era maior, visto que precisavam durar anos.


Atualmente, com as redes sociais — principalmente aplicativos como Instagram e TikTok — o ciclo se inverteu. Muitas tendências nascem nas telas dos nossos celulares, e os processos do ciclo, muitas vezes, acontecem simultaneamente. O tempo de circulação é totalmente outro: muitas tendências duram meses e até poucas semanas — as chamadas microtendências. A qualidade das peças decaiu também. Se as peças não vão ser usadas por muito tempo, por que fazê-las durar?


Jason Wu - September 2022 New York Fashion Week
Jason Wu - September 2022 New York Fashion Week

Quanto custa estar na moda, se o que está na moda dura tão pouco tempo? Vale a pena ter uma peça de roupa, se amanhã você já vai querer outra da mais nova tendência? Vale a pena comprar algo só porque está todo mundo usando, mesmo não sendo seu estilo? Vale a pena mudar toda a sua vida porque é o que todos estão fazendo no TikTok?



E o custo vai além do financeiro: existe o custo ecológico. Quanta matéria-prima, energia e água custou para produzir um produto que será utilizado apenas algumas vezes e, logo em seguida, descartado, porque já não estará mais na moda?


Fonte: Pegada Hídrica Vicunha e ONU.
Fonte: Pegada Hídrica Vicunha e ONU.

Repensar nosso consumo é urgente. Em vez de seguir cada nova tendência, que tal investir em um estilo que reflita quem você realmente é? A moda pode — e deve — ser uma forma de expressão, não uma corrida desenfreada por pertencimento. Escolher com consciência é também um ato de resistência diante de um sistema que lucra com a insatisfação constante. Afinal, estar na moda não precisa significar estar preso a ela.


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Vitória Alícia Pivetta

Estudante de Design-Moda, é redatora e editora do Pano&Pauta.

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